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Surpresa Cultural ou Choque Cultural? Gerenciando Expectativas

Se você vem vivendo como expatriado por algum tempo, acho que concordará que todos nós, os novatos e os calejados,  experienciamos choques culturais de vez em quando.

A adaptação à uma nova cultura pode ser um grande desafio, mesmo depois de muitos anos vivendo no exterior.

Recentemente, notei que estava evitando participar de eventos esportivos na escola da minha filha. Mudei-se da Suíça para os Estados Unidos a alguns meses, e ainda estou me readaptando à vida americana.

Minha filha é uma atleta, e bastante ativa em alguns esportes oferecidos na sua escola. E eu, mãe que adora participar, sempre presente em qualquer evento, percebi que me sentia incomodada toda vez que ia assistir um jogo de basquetebol ou beisebol.

Sentia que os eventos esportivos por aqui eram extremamente competitivos. Pais e técnicos “gritanto” com os alunos, e ainda pior, discutindo com os árbitros. Uma atitude desrespeitosa em relação aos alunos da escola, e é claro aos alunos da equipe visitante. Além de não criar um ambiente de crescimento. 

Obviamente, esta era apenas a minha opinião e não a realidade.

Todos os eventos nos quais participei estavam repletos de pais, que como eu, querem o melhor para os seus filhos. Pessoas que encontram tempo em suas agendas cheias de coisas à serem feitas, e vão a escola para incentivar e motivar os jovens.

Bem, acho que eu sou a única incomodada e surpreendida com as pessoas gritando – “seja mais agressiva.”

Estou realmente sozinha?

Sentir choque cultural não é reservado apenas para os expatriados de primeira viagem e os viajantes ocasionais.

Qualquer um de nós pode sentir estranhamento, espanto, irritabilitade e até ansiendade quando inseridos em uma nova cultura.  Esses sentimentos tendem à surgir, especialmente, se ainda estamos passando pela fase de adaptação.

O simples conhecimento prévio de que passaremos por uma período de adaptação quando mudarmos para uma nova cultura não elimina esses sentimentos.

Um levantamento entre profissionais de recursos humanos conduzido pelo Conselho Nacional de Comércio Exterior dos EUA, revelou que 58% de todas as transferências de expatriados falham devido à má adaptação.

Assim sendo, me parece que eu não sou sozinha lidando com o choque de cultura.

Mas o que é o choque cultural? É o estado acarretado pela experiência de deixar para trás uma cultura familiar e se mudar para um ambiente estranho, novo e desconhecido.

Ao se tornar um expatriado, a maioria das pessoas enfrentarão algum nível de choque cultural.

Então, se você está se preparando para uma mudança internacional, acabou de chegar a um novo país, ou está vivendo entre duas ou mais culturas distintas, saiba que está em transição. 

COM PREPARAÇÃO, SEGUIDA DE AÇÕES SIMPLES, PODEMOS FACILITAR A NOSSA TRANSIÇÃO E ADAPTAÇÃO.

O que podemos fazer?

Educar-nos através da leitura de livros, blogs e fóruns de expatriados relatando como  se adaptaram aos seus novos países. Experiências contadas por aqueles quem já fizeram o que você agora decidiu fazer podem encurtar a curva de aprendizagem e o tempo de adaptação ao novo pais.

Localize e mantenha contato com pessoas de mentalidade semelhante à sua durante o tempo de adaptação.  Muitas vezes é mais efetivo esclarecermos nossas dúvidas culturais com outras pessoas também imigrantes do que perguntarmos à uma pessoa nativa.  Ao se afiliar à um grupo local de recém-chegados, você ganhará uma visão de como os outros lidaram e ainda lidam com situações semelhantes às que você está encontrando agora.

Aprenda o idioma local. Uma das maneiras mais importantes de se integrar à uma nova cultura é poder se comunicar com os cidadões desse país.

Seja paciente – adaptação leva tempo. Permita a si mesmo o tempo necessário para se ajustar ao seu novo lar. Este é um assunto delicado e cada um de nós tem um modo de adaptação diferente – alguns necessitam de um período mais longo ou mais curto para se integrar a nova comunidade. Seja paciente com os outros e principalmente com você mesmo. Perdoe-se por cometer erros e seja autêntico.  Embora seja importante entender seu novo ambiente e mudar comportamentos que possam ser percebidos como desrespeitosos, mantenha sua singularidade e comemore-a sempre que possível.

Aceite aspectos da nova cultura que de alguma forma se relacionem a você.  À partir desta base inicial, inicie o  aprendizado sobre as partes culturais que não fazem muito sentido ainda.

Seja um turista. Enxergue o seu novo país como um destino emocionante, um lugar em que você esta passando férias.  Desta forma você se divertirá e ao mesmo tempo iniciará o seu aprendizado sobre este novo lugar.

Isto tudo sem a pressão de ter que se encaixar aos moldes já preé-estabelecidos. Aproveite a oportunidade para encontrar surpresas prazerozas em lugares onde a maiorida dos moradores já não enxergam encanto.

-Desfrute da novidade de ser diferente. Com o tempo, você vai aprender alguns dos comportamentos aceitos localmente e até mesmo incorporá-los  em sua vida.

Evite relacionar-se com expatriados que nunca se adaptaram. Aqueles que vivem neste lugar à muito tempo e escolheram não aprender a língua e a cultura local.  Pessoas que criticam o país onde moram, e por isso não poderão ser bons guias para você neste momento.

Bem, acredito que levará um bom tempo pra que eu queira, ou justifique, gritar com adolecentes em um evento esportivo.  

Porém,  andei observando e conhecendo este país um pouco mais, uma sociedade onde a indendência e competição são partes intrínsicas da cultura. Isto ajuda explicar o comportamento e gritos dos pais e técnicos  como uma maneira eficaz para motivar os jovens durante um jogo qualquer. 

Motivar os filhos é uma necessidade universal compartilhada pela maioria dos pais, e nesse nível eu entendo o comportamento dos pais americanos e posso me relacionar com eles de uma forma mais afetuosa.

Então, o que você acha? Você pode se beneficiar de algumas dessas ações? O que mais nós, cidadãos internacionais,  podemos fazer para minimizar os efeitos do tal choque cultural?

Hugs & Kisses

Sandra Bissell

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SANDRA BISSELL

Meu nome é Sandra Bissell.
Fui abençoada com a oportunidade de viver como expratriada por mais de 2 décadas.

Algumas das minhas paixões são pessoas, minha família, boas conversas, viajar, comida étnica, dançar e Capoeira, uma arte marcial dançante afro-brasileira.

Originalmente do interior do estado de São Paulo, no Brasil, aproveitei a vida nas prefeituras de Kanagawa e Aichi, no Japão, nas cidades de Boston e São Diego nos Estados Unidos, em São Paulo, Brasil, como expatriada em meu próprio país, Zurich – Suíça e mais recentemente em Stamford, Connecticut, de volta aos Estados Unidos.

Como você pode imaginar, eu me sinto mais confortável com a comunidade internacional.
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